Artigos SPROWT | Tânia Oliveira

Tania scaled 1

Liderança Feminina: para além da igualdade de género

A verdade é que os tempos são outros e a figura da mulher deixou de ser vista, dentro do quesito liderança, apenas como a “líder do lar”. Hoje, para além do contexto familiar, passamos a ser agenda no mundo corporativo onde ocupamos cargos de gestão em grandes organizações, gerimos grandes equipas e somos uma presença estratégica dentro das empresas, apesar de ainda sermos em número reduzido.

É importante relembrar, sempre, de onde viemos e para onde vamos. De um caminhar com evidências não somente históricas como numéricas que gritam a necessidade de evoluir e na qual acabamos por ganhar força por meio da Agenda 2030, através do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) dedicado à temática que visa alcançar a igualdade de género e empoderar todas as mulheres e meninas numa perspectiva global.

O ODS 5 faz referência que a igualdade de género não é apenas um direito humano fundamental, mas a base necessária para a construção de um mundo pacífico, próspero e sustentável. Porém, é preciso que todos estejamos comprometidos com este objectivo, seja estabelecendo metas ou enraizando-o dentro da cultura das nossas empresas.

A contribuição para esta mudança passa por todos nós, através da oferta de oportunidades, o estabelecimento de metas, desenvolvimento e o comprometimento. Palavras que, quando pronunciadas e postas em prática, dentro de um ambiente corporativo, podem surtir efeitos positivos quando procuramos a ascensão e o aumento do número de mulheres em cargos de liderança. Contudo, importa salientar que, levantarmos uma bandeira apenas por via do discurso, sem acção efectiva na prática, não mudará o cenário dentro das nossas organizações e cada vez mais nos distanciará do que nos comprometemos a alcançar dentro da agenda 2030 ou até mesmo para além dela.

Este tema deve ser colocado na mesa e tratado com prioridade, caso contrário, será apenas mais uma bandeira levantada sem que a contribuição da sua empresa faça parte do progresso de mudança na nossa sociedade. Este tema não poder ser tratado como um mero projecto, deveria sim, ser parte integrante da cultura das das organizações.