Artigos SPROWT | Maria do Céu Carvalho

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Importância da Economia no Desenvolvimento das Sociedades

Sendo a definição de ECONOMIA a obtenção do maior benefício com o menor custo verificamos que, diariamente, em quase toda a tomada de decisões estamos constantemente a ter em mente este raciocínio até porque os recursos são escassos.

Desde a procura constante do equilíbrio das finanças pessoais às empresariais e dos Países, o pensamento económico é transversal a toda a Sociedade, daí ele ser objecto de estudo permanente.

Obviamente este estudo tem de ser interdisciplinar, isto é, tendo em conta que a Economia é uma ciência social que estuda o comportamento das pessoas, nas diversas actividades de produção, distribuição e consumo, ele deve ser complementado com outras ciências sociais para lhe permitir ter uma visão global da Sociedade.

E eis que surge o Economista, o ser pensante que pretensiosamente ajuda a entender estas ligações e ajudam no desenvolvimento de processos de análise, planeamento e controlo das organizações, através de análises de mercado, análise da viabilidade económica e financeira de investimentos e do impacto social dos mesmos.

A um nível mais alargado podemos analisar economicamente grandes organizações e mesmo países, e aí temos as análises comparadas de indicadores que todos ouvimos falar nos noticiários, como PIB, Inflação, Desemprego, Dívida Pública, tudo muito complicado para o cidadão comum.

Mas então, se eu ouvir dizer nas notícias que o PIB no meu país cresceu significa que também o meu país se está a desenvolver? Pois, nem sempre…

Só teremos desenvolvimento económico quando a este crescimento estiver associada uma maior qualidade de vida, isto é, melhor Educação e Saúde, baixa do índice de pobreza, redução do índice de mortalidade, aumento de índice de alfabetização, redução de violência, ou seja, através da análise qualitativa da distribuição da riqueza produzida e não apenas quantitativa.

Sociedades mais equilibradas a nível de satisfação das necessidades dos Povos, através da diminuição da diferença económica entre as classes sociais, possibilitando o acesso a todos da Educação e Saúde…esse, sim, deveria ser o objectivo número um de qualquer dirigente.
A busca por esta Economia de Bem-Estar ou da Felicidade deveria ser uma constante. Há imensos estudos que resultam em modelos de desenvolvimento, mas quer-me parecer que um modelo baseado na satisfação do ser humano (e não só das suas necessidades básicas como também de outras de satisfação pessoal na execução das suas tarefas diárias), poderá ser um modelo vencedor.

Pela minha experiência pessoal, em todos os locais de trabalho por onde passei, eram aqueles em que se dava mais importância ao trabalho em equipa, incentivando o “coworking” em instalações agradáveis, sem demasiados formalismos e horários rígidos, onde eram verificados os maiores e melhores níveis de produtividade.

O ambiente colaborativo eleva o nível do trabalho a nível global, permitindo a partilha de “skills” entre colegas e assim, no final, elevar a qualidade produtiva de toda a organização. Não incentivar a competição exacerbada entre colegas, e ao invés fomentar o trabalho de equipa, sem arrogâncias desnecessárias, e desenvolvendo até sessões de team building, vai resultar, pelo contrário, na união de todos para a obtenção do objectivo comum.

Infelizmente, após a Pandemia do Covid-19, verificou-se que o trabalho, e particularmente aquele desenvolvido em escritório, era cada vez mais feito em isolamento, por teletrabalho, assistindo-se a imagens desoladoras de prédios vazios, sem o elemento humano a dar vida à organização. Uma tristeza! Agora, lentamente, vamos assistindo à normalização da vida quotidiana, mas já se perdeu muito aquele espírito anteriormente vivido.

Talvez por isso todos temos a sensação que o Mundo ficou muito pior – parece que o pior do ser humano está a vir ao de cima, as guerras económicas estão muito na base das guerras propriamente ditas, dando lugar aos extremismos.

Como sou, por natureza, uma pessoa optimista, não queria terminar este texto com uma imagem tão cinzenta do Mundo, mas gostaria de poder dar lugar e apelar à Esperança num Mundo melhor onde todos possamos viver e não sobreviver, em liberdade, respeitando o Próximo e consequentemente onde todos possamos realizar os nossos sonhos. Para isso temos de trabalhar nesse sentido todos os dias, esforçando-nos por cumprir esse objectivo.
E não precisamos de ser os decisores das políticas positivas, impondo-as, regulamentando-as através de regras do cumprimento das tarefas diárias, e do exercício de cidadania responsável…basta-nos seguir assumidamente essas práticas, espontaneamente, conscientemente, servindo de exemplo catalisador e de referência para os outros!